Foto: Reprodução/ Facebook
Com a retomada das atividades
parlamentares, depois do segundo turno das eleições, parlamentares do Conselho
de Ética da Câmara aprovaram nesta terça-feira (28), por 13 votos a 4, o pedido de cassação
do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), acusado de participar de negócios ilegais com
o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal, em
março deste ano.
Em seu relatório, o deputado relator
Marcos Rogério (PDT-RO), que foi duramente criticado por alguns colegas,
defendeu a perda do mandato de Argôlo, por quebra de decoro parlamentar.
Primeiro a falar na reunião, o deputado Wladimir Costa (SDD-PA), um dos parlamentares
que pediu vista na última sessão do conselho, disse que se debruçou sobre o
relatório e “cada vez mais me convenço da inocência do deputado”, afirmou,
lembrando que Argôlo perdeu a disputa pela eleição na Bahia.
A votação do parecer deveria ocorrer no
último dia 22, mas a proximidade com o segundo turno das eleições adiou a
decisão pela segunda vez. Na reunião anterior, um pedido de vista coletivo dos
deputados Sérgio Brito (PSD-BA), Wladimir Costa (SDD-PA) e Pastor Eurico
(PSB-PE) já havia transferido a votação.
Para Costa, tudo que é levantado pela
imprensa acaba sendo investigado pelo Conselho de Ética como verdade. O
parlamentar ainda mostrou uma matéria da revista Veja que faz denúncias
envolvendo Marcos Rogério com o pagamento irregular de uma empresa, afirmando
que não seria capaz de processá-lo, motivado pela reportagem, e amassou o papel
com a matéria, jogando-o no chão do plenário usado pelo colegiado.
As acusações contra Argôlo ganharam
novas repercussões desde que a contadora Meire Bonfim da Silva Poza apresentou
áudio em que o advogado de Argôlo, Aluisio Lundgren, faz proposta financeira em
troca do silêncio dela sobre o envolvimento do parlamentar com o doleiro. As
denúncias tiveram outro capítulo quando trechos de conversas entre o deputado e
o doleiro foram divulgados por jornais e revistas, indicando a existência de
negócios ilícitos entre os dois.
O relator tentou rebater as críticas e
afirmou que os documentos de duas transferências bancárias estavam anexados ao
relatório. “Há duas provas documentais e uma testemunhal de transferências para
familiares e amigos do parlamentar. Os comprovantes estão no nome do pai e da
senhora Hélia Hora”, afirmou. Mas os parlamentares contrários mantiveram as
críticas pelo fato de não existir documentos em nome do próprio deputado
acusado.
O colegiado ainda deve discutir hoje o
parecer preliminar do deputado Paulo Freire (PR-SP) contra o deputado Rodrigo
Bethlem (PMDB-RJ). Bethlem é acusado de desvio de recursos no período em que
era secretário municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, e teria
beneficiado uma organização não governamental entre 2010 e 2012. As informações são
da Agência Brasil.
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