Crianças estão sem aulas em
mais da metade (23) dos países europeus, e em 17 deles todas as escolas foram
fechadas por causa do novo coronavírus.
A medida, que já atinge uma população de mais de 335 milhões de
pessoas, é uma das mais polêmicas entre as anunciadas pelos governos. Sem ter
onde deixar seus filhos, pais têm sido obrigados a faltar ao trabalho. Para reduzir esse problema, a
Áustria abriu exceção para que, mesmo sem aulas, os alunos fiquem sob
supervisão de funcionários nos edifícios escolares.
A questão vira um problema de
saúde quando são os avós os encarregados a cuidar das crianças. Os idosos são a
faixa etária mais suscetível a complicações da doença, e a probabilidade de
maiores de 80 anos que se contaminam chegarem à morte vai até 15%, segundo
estudos feitos na China.
O contato diário com os
netos, que circulam por outros lugares, pode acabar levando o coronavírus para
dentro da casa dos avós. Outro efeito negativo
acontece nos países que suspenderam aulas nas universidades, já que os estudantes
acabam voltando para suas cidades de origem, o que pode espalhar o contágio.
Países que não adotaram o
fechamento total da rede escolar argumentam também que os mais jovens são os
menos vulneráveis à covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Os governos de Portugal e
Reino Unido defenderam nos últimos dias que a medida mais drástica seja
aplicada apenas em colégios que registrem contágios.
Já o cancelamento total de
aulas foi adotado até mesmo em países com pouquíssimos casos registrados e
nenhuma morte, como Turquia (1 caso), Lituânia (3), Moldávia (4), Macedônia e
Malta (3 em cada).
Conforme a epidemia avança,
novos governos têm optado pelo fechamento total de escolas. A Irlanda anunciou
a medida pela manhã; à noite, o presidente da França, Emmanuel Macron, que
vinha defendendo fechamentos caso a caso, anunciou que as aulas serão suspensas
em todos os níveis a partir da próxima segunda-feira.
Segundo ele, a medida é
necessária porque "são as crianças e jovens que espalham os vírus". O
presidente também pediu aos maiores de 70 anos que evitem sair de casa. Visitas
a asilos foram proibidas. O aumento no número de casos
têm feito surgirem novas restrições, que variam bastante de país para país,
independentemente do número de doentes ou de mortes.
Além da Itália, que colocou o
país todo em quarentena, a Eslováquia proibiu viagens nesta quinta e anunciou
que as fronteiras ficarão abertas apenas para a entrada de residentes no país.
República Tcheca e Polônia
decretaram estado de emergência, o que permite ao governo impor várias
restrições à população. Reino Unido, Espanha, França, Holanda e Noruega
orientaram o auto-isolamento de quem tiver contato com doentes ou sintomas de
gripe.
Eventos públicos foram
cancelados total ou parcialmente em 11 países, e em 14 há número máximo de
pessoas que podem se reunir num mesmo local, de 30, na República Tcheca, a
1.000, na Alemanha, França e outros quatro países. Restaurantes foram fechados na Noruega e cidades da Albânia, e
precisam fechar às 20h na República Tcheca.
O aperto nas restrições de mobilidade provocou corrida aos supermercados em
vários países. Prateleiras vazias e tumulto em lojas foram descritos na
Espanha, na França, na Irlanda e em Portugal. Com os sistemas de saúde
sobrecarregados, Áustria e França suspenderam tratamentos que não sejam
urgentes. Hungria e Eslováquia proibiram visitas a hospitais. Estadão.
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